quarta-feira, 8 de junho de 2016

RDP áfrica e a fundamentação do boato


A imprensa lusa não quer aceitar que esteve envolvida num grave deslize ético. Mesmo depois da Agência Lusa não ter conseguido provar a existência da “vala comum”, a RDP fez uma encenação teatral ontem à tarde, entrevistando Edwin Hounnou jornalista e propagandista do MDM, bem como a deputada Sílvia Cheia daquele partido.



A RDP cometeu uma atrocidade jornalística ao entrevistar o Edwin na qualidade de jornalista, tendo ele dito que a comissão teve pouco tempo para conversar com as famílias em Macossa e que não foi dada oportunidade para que os jornalistas acompanhassem a brigada. Mais, disse que ele que não havia garantia de alojamento e alimentação para os profissionais de comunicação social, a comissão disponibilizava apenas transporte. Ora, esta colocação coloca o Edwin numa posição de um jornalista vulnerável e que ergue seu raciocínio em falsidades. Primeiro porque de ponto vista de segurança, ninguém podia permanecer dias naquele local, onde a RENAMO tem estado a matar cidadãos nacionais, mas também, o Edwin se a comissão tivesse disponibilizado as ajudas de custo para o jornalista/propagandista do MDM, ele decerto estaria a dizer algo diferente. Edwin, deixa de reter seus comentários no essencial e perde-se em discursos políticos. Ficamos sem saber se falava como jornalista ou propagandista de um partido que tira dividendos da actual situação. Ele fala de casas distantes umas das outras, como se a vida no campo, algum dia tivesse sido a mesma que nas grandes cidades. Por má-fé, sugere um ordenamento de território igual em Canda e Chamanculo, no nosso entender.
A jornalista da RDP esqueceu o elementar em jornalismo, ou mesmo ignorou, por má-fé e não ouviu a comissão, como que a assumir como reais as declarações do Edwin que coincidem com os pronunciamentos da deputada Sílvia Cheia, que falou no mesmo espaço informativo. A Jornalista apenas tratou de colocar perguntas fechadas a deputada para esta confirmar as declarações do membro activo do seu partido Edwin. Curiosamente e não estranhamente, a jornalista não revelou o nome do Edwin na entrevista.
Este investimento da RDP no boato, não é obra do acaso, ele vem como resposta ao trabalho da primeira comissão da Assembleia da República que culminou com descoberta da verdade, NÃO HÁ VALA COMUM EM CANDA. Isto porque a Lusa, autora da notícia não só não conseguiu provar a existência da vala, como também esteve envolvida, juntamente com a DW no aliciamento de um jovem da rádio local de Gorongosa para que os levassem ao local da suposta Vala mas sem sucesso pois chegados ao local nada acharam. Os jornalistas da DW e da Lusa chegaram ao contacto do jovem através do Fernando Lima do jornal Savana, pessoa que tem estado empenhada no uso deste boato para sujar o nome de Moçambique.
 A deputada do MDM bem como seu colega do partido Edwin Hounnou, não podiam tomar outro posicionamento além deste. Dizer que há Vala, pois foi o Presidente do seu Partido Daviz Simango que iniciou com o boato na cidade da Beira, conforme já foi denunciado pelas autoridades competentes. Portanto, temos aqui um grupo formado para defender a ideia da Vala Comum, como chave para que Moçambique seja sancionado e fragilizado.
A posição da imprensa lusa em relação a Moçambique desde a independência sempre foi polémica, aliás, todos estamos recordados da contrapropaganda feita contra as negociações de paz em Roma. O governo de Lisboa queria assumir protagonismo nas negociações, mas a fórmula italiana sempre se mostrou eficiente o que não agradava a antiga metrópole. Os ataques aos negociadores italianos e a Roma no geral, no que a paz de Moçambique dizia respeito, só pararam quando Portugal foi envolvido como observador das negociações.
A RDP está a dar continuidade a este projecto de difamação, como se de um búfalo ferido se tratasse, pois ignora sempre os ataques da RENAMO mesmo quando reivindicados por este partido, refugiando-se na formulação: ataques que o governo moçambicano atribui à RENAMO.

Que vergonha!!!

terça-feira, 17 de maio de 2016

Os vendedores de isenções disfarçados em Políticos


Está em ensaio uma marcha, inicialmente marcada para dia 18, mas que veio a ser remarcada para dia 21 e 22. Os extraparlamentares que sempre viveram da venda de isenções, buscam agora solidariedade nas organizações da sociedade civil. Estes partidos nunca foram sérios, e sempre se comportaram como autênticos camaleões.
Na referida carta dizem que a marcha é organizada em coordenação com as organizações da sociedade civil mas sem dizer quais, porém, espalharam o exemplar da carta com carimbos de recepção das várias organizações, como forma de fingir a adesão a famosa marcha.
 Estes partidos já tentaram se aliar no passado com Alice Mabota, mas esta recusou a proposta que eles levavam, queriam que ela fosse candidata presidencial em nome deles, ela disse que eles não tinham expressão e que só aceitaria o pedido se fosse do MDM ou da RENAMO (sobre ela falaremos em momento exacto).
Em Março de 2014 estes extraparlamentares foram notícia pelos piores motivos, VENDA DE INSEÇÕES. Escreveu na altura o jornal Opaís: “O ano passado, de acordo com uma investigação do CIP, terá sido um dos mais frutíferos para os partidos, sobretudo os Verdes de Moçambique, Partido Socialista e PARENA
Uma investigação do Centro de Integridade Pública (CIP) revela o esquema de importação ilegal de viaturas em Moçambique envolvendo partidos políticos, despachantes aduaneiros, cidadãos importadores de viaturas e intermediários. 
Os dados recolhidos pela equipa do CIP mostram que, para prosperar, “a rede de máfia conta com a colaboração de alguns funcionários e agentes do Estado que actuam nas Alfândegas de Moçambique, conservatórias de registo automóvel e no Instituto Nacional de Transportes Terrestres - INATTER (antigo INAV)”.
O ano passado, 2013, de acordo com a investigação, terá sido um dos mais frutíferos para os partidos políticos de pequena expressão, sobretudo para o partido Os Verdes de Moçambique (PVM), PARENA e Partido Socialista de Moçambique (PSL). Só o PVM importou, coberto de isenção, 234 viaturas, enquanto o PARENA importou 120 e o PSM 73. Os dados são referentes apenas à província de Maputo, desconhecendo-se a situação noutros pontos do país.
Os partidos justificam que as viaturas são para os seus membros. Os líderes dos partidos contactados contaram que “há pessoas que se filiam para, de seguida, pedirem isenção na importação de viatura”. Afirmaram, ainda, que o que exigem aos novos membros é que paguem as quotas para poderem beneficiar de isenções da importação de viaturas e outros bens, como material informático, mobiliário, entre outros bens.
A maior parte dos partidos que lideram o “ranking” de importações de viaturas, beneficiando de isenção, para posterior venda a terceiros, não possui sede própria. As sedes são residências dos seus dirigentes ou membros – Opais 24 de Marco de 2014 (http://opais.sapo.mz/index.php/politica/63-politica/29204-o-negocio-das-isencoes-fiscais-dos-partidos-politicos.html)”.
Não queremos de forma alguma dizer que eles não devem fazer marcha pacífica, mas como é que o CIP pode apadrinhar estes senhores que lesaram o estado em milhares de meticais, com importações para terceiros? Como é que o CIP pode denunciar um ladrão e depois apadrinha-lo? Temos dúvidas sobre o envolvimento do CIP nesta empreitada, aliás, duvidamos sobre o envolvimento das demais organizações que viram seus carimbos expostos pelos extraparlamentares.
Se eles quiserem marchar são livres, mas devemos ficar claros sobre a sua postura e verdadeira face.///


quarta-feira, 20 de abril de 2016

TOMÁS SALOMÃO DESDRAMATIZA CANCELAMENTO DA VINDA DA MISSÃO DO FMI À MOÇAMBIQUE

Tomás Salomão desdramatiza cancelamento da vinda da missão do FMI à MoçambiqueO antigo ministro das Finanças, Tomás Salomão, desdramatiza o cancelamento da vinda da missão de avaliação do Fundo Monetário Internacional, FMI, à Moçambique.
Para Tomás Salomão, trata-se de um procedimento normal que vai permitir ao governo moçambicano e ao Fundo Monetário Internacional trocar informação sobre a dívida contraída nos últimos anos.
Tomás Salomão salientou que a avaliar pela sua experiência, não há neste momento qualquer intenção do FMI ou do Banco Mundial de romper as relações com Moçambique.
O antigo ministro das Finanças disse ainda que não é a primeira vez que a vinda de uma missão do Fundo Monetário Internacional para Moçambique é adiada. (RM)

Cabeças ocas

Cabeças ocas*

Todos falam, falam, falam, sem parar. Mas ninguém usa a razão e todos ignoram o facto. É assim mesmo que funcionam as pessoas de cabeças ocas.
Falam que os moçambicanos estão a ser enganados pela Frelimo. Falam que o Governo liderado por Armando Guebuza endividou Moçambique indevidamente, mas ninguém conhece ao certo os contornos desse endividamento, excepto quem negociou a contratação da dívida. Falam confundindo erros de procedimento com crime público. Falam tanto que até se esquecem que a Renamo está a destruir propriedade pública e de particulares nas províncias moçambicanas de Manica, Sofala, Tete e Zambézia. A razão que pode produzir a verdade sobre os eventos que ocorrem onde vivemos a ninguém interessa. Toda a algazarra só visa proteger crenças individuais. A tal coisa de preferir endeusar a ignorância para fugir do difícil exercício de racionar em busca da verdade, porque é trabalhoso. É verdade que a cabeça fica mais leve quando está oca, quando não a usamos para pensar. Mas também é verdade que a nossa vida fica cada vez mais miserável.
Ninguém duvida que Moçambique é um país responsável e sempre cumpriu com as suas obrigações, mesmo ante uma conjuntura doméstica e internacional desfavorável. Isso é assim porque este país é bem administrado. Doutro modo, o Estado moçambicano teria falido há muitos anos. E não falta quem deseje que assim seja.
Cabeças ocas querem a cabeça cheia de Armando Guebuza, a quem acusam de gangsterismo por ter rebentado os cordões à bolsa para infraestruturar Moçambique e viabilizar investimentos que já começam gerar mais-valias para o país. Cabeças ocas ignoram que as antigas potências colonizadoras querem os cordões da bolsa das suas ex-colónias bem apertadinhos, para perpetuar o colonialismo económico.
Armando Guebuza não fez mal por contratar dívida pública para Moçambique. Quiçá tenha feito mal por não ter procedido nos termos da lei, qual se diz por ai a todos os pulmões. Mas, sendo tal o caso, então que se apontem as disposições legais concretas que Armando Guebuza transgrediu. A este respeito, há quem argumenta que, ao avalizar as dívidas da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) e da Proindicus, junto a dois bancos externos, no valor total de «28.346.620 mil meticais» (sic), o Governo liderado por Armando Guebuza violou cumulativamente a disposição 2. (p) do artigo 179 da Constituição da República de Moçambique (CRM), que reza que «[É] da exclusiva competência da Assembleia da República autorizar o Governo, definindo as condições gerais, a contrair ou a conceder empréstimos, a realizar outras operações de crédito, por período superior a um exercício económico e a estabelecer o limite máximo dos avales a conceder pelo Estado» e o artigo 11 da Lei n.º 1/2013, de 7 de Janeiro, que aprova o Orçamento Geral do Estado para 2013. Diz-se que esta última disposição legal fixa o valor de «183.500 mil meticais» (sic) como o limite de avales e garantias que o Governo poderia emitir naquele ano. Ocorre, porém, que os números em referência («28.346.620 mil meticais» e «183.500 mil meticais») são estranhos ou mal grafados, não fazem sentido, o que dificulta compreender que violações concretas são imputáveis àquele Governo.
Cabeças ocas não notam que estes números usados para sustentar acusações de violação da lei por Armando Guebuza não fazem sentido. Com efeito, «183.500 mil meticais» não tem sentido! Talvez 183.500.000 MT (183 milhões e 500 mil meticais), 183.500 milhões de meticais (183.500.000.000 MT) ou 183.500 mil milhões de meticais (183.500.000.000.000 MT). A maneira simplificada de escrever estes números é 183,5 milhões (no primeiro caso); 183,5 mil milhões (no segundo caso) ou 183,5 biliões (no último caso) de meticais. Igualmente, o valor de 28.346.620 mil meticais não faz sentido. Talvez 28.346.620 (28 milhões, 346 mil e 620) ou 28.346.620.000 (28.346 milhões e 620 mil) meticais. Este valor pode ser escrito na forma simplificada como 28,3 milhões (no primeiro caso) ou 28,3 mil milhões (no segundo caso) de meticais. Qual é o caso?!
Contratar dívida pública para edificar infraestruturas quais sejam pontes, estradas, barragens, diques, linhas férreas, linhas de transmissão de energia eléctrica, oleductos, gasedutos, aeroportos, portos, escolas, hospitais, fontes de abastecimento de água potável e outras obras assim é até um acto de coragem e inteligente, pois estimula investimentos que resultam em mais valias para a economia nacional. Armando Guebuza teve a coragem e a inteligência necessárias para tomar essas decisões difíceis, pelas quais está hoje a ser crucificado, mas que não tardará que se traduzam em benefícios para a economia de Moçambique.
Com isto, não estou a defender o que tiver sido mal feito, se assim ficar provado. Mas considero cabeças ocas os indivíduos que acham que Armando Guebuza fez mal por contratar dívida pública para erguer infraestruturas. Mesmo a dívida comercial contraída por empresas nacionais emergentes com o aval do Estado, quais sejam os casos da EMATUM e da Proindicus, não é motivo para tanta especulação e celeuma, contanto que quem autorizou está entre nós e poderá ser responsabilizado, caso se prove que houve ilegalidades. Linchar alguém sem direito a um julgamento justo é mesmo obra de pessoas com cabeças ocas, na falta de pior designação.
Certamente, que há-de ter havido razões bem fortes—não pessoais, suponho—, ligadas quiçá à defesa da soberania do Estado moçambicano, ou à uma conspiração contra Moçambique, que terão levado a que certos actos praticados por Armando Guebuza, enquanto Chefe do Estado e do Governo de Moçambique, fossem mantidos em segredo. É isto que tem que ser apurado, antes que se apontem dedos acusatórios a quem quer que seja. Fazer acusações ou insinuações de que o elenco de Armando Guebuza, do qual Filipe Nyusi (actual Presidente da República) fez parte, procedeu arbitralmente, sem produção de devida prova, só pode mesmo ser obra de cabeças ocas.
O Comité Central da Frelimo, que não é uma cabeça oca, instruiu a Bancada Parlamentar da Frelimo na Assembleia da República de Moçambique para solicitar esclarecimentos ao Governo sobre a dívida pública e sobre as dívidas da EMATUM e Proindicus. Isso será feito. Esperemos por esse esclarecimento, sem nervosismos. O nervosismo esvazia a cabeça que acaba oca.
Recordar que dos dados inscritos no Orçamento do Estado moçambicano para 2013 indicavam que o envelope total de recursos programados para aquele ano era de 174,9 mil milhões de meticais, dos quais 113,9 mil milhões (64,8%) adviriam de receitas próprias do Estado moçambicano; 3,5 mil milhões (2,0%) da contratação do financiamento interno; e 57,4 mil milhões (32,8%) do financiamento externo. Estes são os valores de referência para avaliar o mérito de uma denúncia sobre más práticas do Governo dirigido por Armando Guebuza no período em referência.
Mais uma vez, eu não estou em defesa de ninguém, excepto da razão como recurso para a busca da verdade sobre os eventos. Verdade não é a mera concordância entre o evento e o conto sobre o mesmo. A verdade produz-se só mediante a razão. Ainda não apareceu ninguém a provar validamente que no consulado de Armando Guebuza houve falcatruas que resultaram no endividamento criminoso do Estado moçambicano. Não estou a ver um nacionalista convicto qual Armando Guebuza a envolver-se em negociatas que pudessem comprometer a luta pela preservação da independência e soberania de Moçambique.
Por pensar assim, considero importante e necessário questionar se a revelação de dívidas pretensamente contratadas de forma menos transparente, ou até ilegalmente, não faça parte de uma estratégia para travar o progresso de Moçambique, não permitindo que o país ganhe nada com a exploração dos seus abundantes recursos. É que, se for provado em definitivo que houve prática de actos à margem da lei pelo Governo de Moçambique, em 2013, quando Filipe Nyusi era Ministro da Defesa Nacional e circulava nos corredores a informação de que ele era o provável sucessor de Guebuza, então não é de excluir a hipótese de uma conspiração urdida para o fazer curvar ante a pressão das administrações dos países dos credores de Moçambique sobre como fazer a gestão dos negócios do Estado moçambicano com as transnacionais que operam neste país.
Imagino que dirão «lá está ele com a teoria da mão externa para defender o indefensável». Longe disso da minha cogitação! Que sejam responsabilizados os culpados pelo que correu mal, se os houver. Mas que se não descure que a mão externa é uma realidade que convive connosco desde o tempo da luta de libertação nacional. E por alguma razão está entre nós. Cabeças com miolo que funciona bem têm que questionar a estranha coincidência das revelações sobre escândalos financeiros em vários países com as revelações sobre descobertas de enormes quantidades de recursos naturais em alguns desses países. Cabeças ocas não fazem esse questionamento, porque condicionadas a permanecer preferencialmente ocas.
Por alguma razão eu estou com dificuldades de curtir as especulações que muitos consideram "revelações sobre escândalos financeiros". Suspeito que não sejam para moralizar o mundo, mas sim para forçar mudanças de regimes de modo a facilitar a introdução de um novo paradigma de neocolonização. É que o aparecimento de blocos económicos reginais ou de afinidade política está a ameaçar o monopólio do capital financeiro pelo bloco dos países ocidentais. Eu continuo, pois, à espera de saber a verdade com quem a está buscando via métodos correctos. Os ditos das cabeças ocas nem para diversão os uso, pois são perigosos para a viabilidade da minha nacionalidade. Preguiça mental é uma doença letal para a nacionalidade. Quem me dera que fossemos muitos que apreciamos a sensatez!

* Texto de autoria de Julião Cumbane tirado do seu mural do Facebook

sexta-feira, 15 de abril de 2016

FMI O PATROCINADOR DA DITADURA MUNDIAL

FMI - Fundo Monetário Internacional

Além de emprestadores, o FMI e o Banco Mundial têm outros papéis. Nasceram em 1945 para ajudar a pôr em ordem a economia do mundo e evitar que os peixes grandes comessem os pequenos. Mas, sobretudo a partir dos anos 1970, estas duas agências, fortemente controladas pelos países ricos, assumiram o papel de cobrar os empréstimos dos credores oficiais e privados.
O FMI deveria ajudar a equilibrar as finanças dos países, emprestando dinheiro a prazo mais curto para corrigir aquelas dificuldades. O Banco Mundial devia ajudar os países a progredir no sentido de um desenvolvimento socioeconómico justo e sustentável.
Mas a realidade tem sido outra. Eles dão e tiram empréstimos (não permitem que Cuba seja membro, e durante muito tempo impediram também a China). Não têm uma gestão democrática nem tornam transparentes as informações. Cobram dívidas em benefício próprio e de outros credores. Metem-se nos países para dizer como estes devem organizar a economia. Impõem receitas que nunca favorecem os devedores e sempre protegem os interesses dos banqueiros. E contam com cúmplices em cada um dos nossos países.
O mais grave é que o FMI e o Banco Mundial não assumem qualquer responsabilidade pelos danos causados pelas suas recomendações equivocadas. É o caso da Argentina: a obediência ao FMI culminou na crise financeira de 2002 e em graves consequências sociais que perduram até hoje.

Membros e estrutura

Em princípio todos os 187 países membros das Nações Unidas integram o FMI, com excepção da Coreia do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra, Mónaco, Tuvalu e Nauru. Convém lembrar que a exclusão de alguns países, como é o caso de Cuba, não se deve a qualquer espécie de «pureza» política, como se prova pelo facto de o FMI ter apoiado e subsidiado praticamente todas as ditaduras militares e civis do Mundo.
A autoridade de topo dentro do FMI é a Assembleia de Governadores, formada geralmente por ministros da economia ou presidentes dos bancos centrais. Existe também um directório executivo composto por 24 membros eleitos e um secretário-geral. São membros permanentes do directório: Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, China, Rússia e Arábia Saudita.
Do ponto de vista democrático, o FMI é um exemplo de perversão: além do facto de os EUA serem o único país com poder de veto, não existe paridade de votos – cada país tem uma «quota» de voto. Assim, o voto dos EUA vale 17,08%, ao passo que a Argentina, por exemplo, tem 1,99%, a Alemanha 5,99%, o Japão 6,13%.
Sobre outros aspectos da estrutura, quotas, etc., ver artigo da Wikipedia.
O Banco Mundial sofre dos mesmos pecados antidemocráticos – o voto dos países não é paritário, e os EUA, como seria de esperar, têm um peso esmagador nas tomadas de decisão. Ver artigo na Wikipedia.http://cadpp.org/perguntas-frequentes-faq/fmi-fundo-monetario-internacional

Os pecados mortais do FMI

O Fundo admite que errou na condução dos programas de resgate a países europeus, repete falhas do passado e agora enfrenta a maior crise de sua história

Fabíola Perez*
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Há alguns dias, milhares de pessoas saíram às ruas de Frankfurt, na Alemanha, para gritar contra as políticas de austeridade impostas aos países da Europa. A cena não teria nada demais – nesses tempos de apuros financeiros, protestos se tornaram comuns em diversas partes do mundo –, mas dois fatores chamaram a atenção. O primeiro deles: as manifestações se deram na Alemanha, o país que melhor vem enfrentando os efeitos negativos da crise. O segundo: muitas palavras de ordem foram disparadas contra o Fundo Monetário Internacional, apontado como um dos vilões em razão das dificuldades vividas pelas nações da zona do euro. Pouco tempo depois, a dois mil quilômetros de distância da Alemanha, mais de 300 organizações, movimentos e sindicatos se reuniram em frente ao Parlamento grego, em Atenas, para bradar contra os rigorosos cortes públicos, a pobreza que chegou a níveis alarmantes e o desemprego que varre o país mais atingido pela crise. E contra o FMI.
Não é à toa a revolta contra a entidade que, na teoria, possui a missão de ajudar países à beira da ruína econômica. O FMI tem enorme parcela de culpa pela difícil conjuntura. “O Fundo avaliou o cenário de forma otimista demais e exigiu um ajuste fiscal muito rígido em troca de pouca ajuda financeira”, diz o economista Fernando Fernandez, da IE Business School. “Governos com grandes dívidas cortaram gastos e aumentaram impostos, aprofundando a recessão e endividando famílias.” Recentemente, o próprio FMI admitiu que errou feio especialmente no plano de resgate da Grécia. Ao exigir dos gregos um rigoroso controle fiscal e o aperto excessivo do cinto, a entidade acabou por exacerbar uma crise que já era severa. Em outras palavras: grandes empréstimos só começaram a ser pagos à custa de muito sofrimento. A dose de sacrifício não teria sido alta demais? Os números da economia grega mostram que sim. Hoje, o desemprego do país está em 27%. Entre os jovens, é de impressionantes 60% – taxa recorde na história grega. “Os erros do FMI são um sinal de que os credores internacionais precisam criar novos mecanismos para combater crises”, afirma Fernandez.
Para Marcos Fernandes Gonçalves da Silva, economista da Fundação Getulio Vargas, o principal equívoco do FMI está na raiz da crise de 2008. Os líderes do Fundo defendiam a liberdade total dos mercados, sem mecanismos consistentes de regulação. “A livre movimentação de capitais obriga os governos a manter altas taxas de juros na tentativa de impedir uma fuga em massa de recursos do país, o que leva à recessão, ao desemprego e à miséria”, diz Silva. “Essa especulação financeira fez mal a muitos países, que tiveram um crescimento acelerado da dívida pública e, consequentemente, precisaram recorrer cada vez mais ao dinheiro dos credores internacionais.” Sob diversos aspectos, o cenário atual lembra a crise financeira que castigou a América Latina em 1980, a chamada década perdida (inclusive no Brasil). Naqueles anos, eram comuns pichações em muros com os mesmos dizeres dos cartazes erguidos hoje em dia: “Fora FMI”.
A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, e seu séquito parecem ignorar as lições do passado. De acordo com Carlos Quenan, professor de economia da Universidade de Sorbonne, o FMI repete na Europa de hoje os mesmos erros que cometeu na América Latina de ontem, tanto pelos mecanismos de ajuda quanto pelas consequências desse respaldo. O especialista compara a crise Argentina da década de 1980 aos problemas atuais da Grécia, identificando semelhanças como o acúmulo do déficit público, a perda de acesso aos mercados e a necessidade de pedir ajuda ao FMI. “No caso da América Latina, o Fundo foi muito criticado porque tentou o tempo todo produzir ajustes e não percebeu que tinha de promover uma reestruturação, uma queda no valor da dívida”, afirma Quenan. A experiência brasileira com o FMI também teve resultados desastrosos nos anos 1980 (leia quadro).
Hoje, é consenso entre especialistas que o FMI deve passar por mudanças profundas. “Sem dúvida, o Fundo vive a maior crise de sua história”, afirma Silva, da Fundação Getulio Vargas. Às vésperas de completar dois anos como chefe do Fundo, a francesa Christine Lagarde até agora não cumpriu a promessa de dar ares mais moderados à entidade. Sob seu comando, o FMI continua a exibir a mesma mão pesada de tempos recentes. “O choque provocado pela crise foi muito grande e hoje existe um processo de reavaliação das antigas doutrinas”, diz Paulo Nogueira, diretor-executivo do FMI pelo Brasil e mais oito países da América Latina e do Caribe. “Mas há muita inércia.” O tiroteio contra a instituição não é novo. Um dos mais influentes economistas do século XX, o Prêmio Nobel Milton Friedman vivia dizendo que o melhor mesmo era acabar de vez com o FMI. Ele também criou uma frase divertida. Segundo Friedman, o Fundo virou uma peculiar empresa de consultoria: ela paga para dar conselhos.

*revista IstoÉ
http://www.istoe.com.br/reportagens/311053_OS+PECADOS+MORTAIS+DO+FMI

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Pircina das Neves não é funcionária do Hospital Central da Beira


Uma suposta funcionária do HCB, identificada no Facebook como Pircina das Neves, publicou no seu mural uma informação dando conta de que, diariamente davam entrada naquela unidade hospitalar centenas de homens da FDS mortos nos confrontos com a RENAMO.
Segundo as autoridades da saúde na Beira, trata-se de “uma informação infundada, difundida por pessoas de má fé, que recorrendo aos perfis falsos, fazem eco a desinformação dos homens armados da RENAMO”. O sector disse não ter nos seus quadros ninguém que ostenta o nome de Pircina das Naves Neves, pelo menos a nível de Sofala.
Uma pesquisa rápida da nossa reportagem levou-nos a concluir que este perfil pode estar associado ao Unay Cambuma, a cara da desinformação e desespero da RENAMO, se não vejamos: É seguidor de Unay Cambuma; É seguidor de Renamo Asia. Ela ainda faz parte de vários grupos de Facebook, nomeadamente: Unay Cambuma (com 674 membros); COMANDOS DA RENAMO (com 784 membros); Ciências e artes militares (com 976 membros); Batalhão da vitória sul de Save (com 158 membros);Um adversário não é inimigo (com 362 membros).

As autoridades da saúde lamentam a postura de alguns cidadãos que para alcançar os seus objectivos, chegam a propalar mentiras sobre a vida dos moçambicanos e apela a sociedade para estar atenta e denunciar este tipo de comportamento.